Pássaro Unitário

Pássaro Unitário

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Luz


A luz das lâmpadas queimadas não morre
Ela apenas foge
Foge como presidiária de celas superlotadas
Foge como criança magoada com os pais

Toda luz fugitiva emana cansaço
Cansaço do abrigo apertado do mesmo horizonte
Cansaço da rotina iluminada do mesmo quadro

Ela quer sair e conhecer a distância de todos os lumes
Ela quer sair e se mostrar para novas escuridões

Toda luz em fuga carrega sua dose carimbada de rebeldia
Segue em busca dos poros que absorvem as mais estranhas sensações
Segue em marcha livre como fagulhas esquecidas de um cometa embriagado

São todas umas infantis
São todas meninas de sorrisos largos

Que quase sempre se lançam nas caudas dos pirilampos
Que as levam para explorar a soma de todas as sombras
Que as carregam numa aventura alada sobre o brilho de todas as noites

A luz das lâmpadas queimadas não morre
Ela foge apaixonada na cauda cintilante de cada vagalume aventureiro.

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