Olhamos
para fora perdidos por dentro.
A
cicuta na mesa posta.
O
sorriso inebriando a noite de estrelas.
Hoje
bebo limonada.
Escrevo
você com batom azul.
E
canto baixinho um verso magro de amor.
A
vida parece passar rápido no barulho ensurdecedor dos ônibus.
A
mão cheia do mundo lembra um labirinto de sonhos em fuga.
É
preciso abrir as janelas.
Deixar
as flores e a hortelã entrar.
Nossos
motivos não são nossos.
Vivemos
espalhando cinzas e enganando lágrimas.
Saímos
tão cedo e tão tarde voltamos cheios das rugas do dia.
Queria
ficar ao teu lado, desenhar teu pijama, ouvir teu segredo.
Aonde
ficou aquela voz, aquele som, aquele vestido de menina.
O
tempo traz imagens de um blues negro largando pétalas no caminho.
Da
varanda ainda se vê um rastro de mar
Desses
que ajudam a umedecer a retina seca sem cantar.
Te
direi te amo na melodia que parte para nunca mais voltar.