O desfolhar das flores sem canteiros
Cara suja sorrindo ao abandono do mundo
Suas noites embaladas em orgias
Seu lírico sabor a passear pelas mesas.
Ruim é acordar sem lembranças.
Ruim é rosnar como um cão domado.
A maquiagem suburbana alicia vagalumes
Chorar escondida após um dia sem sol
Nos lábios o vício que dopa as tempestades
Olhos de remela ao meio-dia da segunda-feira.
Felicidade é um pranto sem lágrimas.
Felicidade é um segundo bêbado no vazio.
A maquiagem pintando a tela das madrugadas
A marginal da cidade sombreando os passos
Verso abandonado
Falando amor em silêncio para não acordar o dia.