Pássaro Unitário

Pássaro Unitário

domingo, 15 de abril de 2012

Chuva


Escrevo de olhos fechados
Ouvindo a escuridão tilintar seus cristais de sombras.

Meu veleiro é uma estrela apagada
Adornando a solidão desacompanhada do mar revolto.

Cada vida segue seu trilho de sobrevida
Amparando de ilusão o desejo de vida que não foi.

Minha saudade vem do tempo que havia céu
Encoberto de azul nos cabelos encaracolados da canção.

Não mais uso portas
Prefiro a poesia das janelas saciando as flores murchas de beleza.

A realidade é vagabunda
Não merece a soma dos amores delineados em sua cama.

Todo sonho é uma cópia
Da felicidade desenhada pelas mãos trêmulas dos infelizes.



Escrevo de olhos nublados
Sentindo o frio romântico da chuva que lacrimeja sem nenhuma dor.