Pássaro Unitário

Pássaro Unitário

domingo, 27 de outubro de 2013

Quando Ela Chorou

E as gotas de sol que gotejavam sobre a lágrima perene
cristalizavam o líquido descontente
transformando a dor em beleza singular
deitada soberana sobre a página em branco
que o poeta não ousava sujar.

sábado, 19 de outubro de 2013

Depois do Crepúsculo

Bebo
sob nuvens cinzas
refletidas no rosto da lua cheia.

O dia acabou.
Restou a noite despida de luz.

Entre dois goles em um
aceno a seriedade das sombras
lembrando taciturnas que somos humanos.


Único

Este
silêncio
quebra
o barulho
ao meio
e
nos faz
sentir
o rosto
da solidão
sem nenhum
capuz
de
sonoridade.

além do
solitário
tem a
beleza
mais
procurada
a do
único
a do
só.

Sempre Novamente

Ao amigo Daniel Bispo

E ele tocou a luz
com o dedo indicador
e não se queimou.

Todos os pregos oxidados
diluíram seu veneno
e o luar amanheceu sua vida.

O velho encontrou o cuidado,
O homem a força para seguir a frente,
A criança o futuro para mudar o que pode ser.

E ele tocou a luz nos lábios de uma menina.
Esqueceu a escuridão no último copo quebrado no asfalto.
Fechou a porta da rua para encontrar a casa.

Deixou a tristeza sozinha.
Cedeu ao afago da alegria.
Não precisou escrever poema em papel em branco e preto.

Foi o que devia ter sido
para ser
o que é hoje.

E ele tocou a luz
quando a luz admirava
a força cega do que nada ver.

E novas canções surgiram
e a poesia se fez inocente
e o sorriso do tudo bem abriu-se
para um sempre novamente.