Escrevo banhado de noite escura.
O céu pediu licença e foi passear em outra galáxia.
Aqui converso com os meus sustos,
Meus espantalhos,
Minhas mãos brancas e trêmulas de fantasma caído.
O céu pediu licença e foi passear em outra galáxia.
Aqui converso com os meus sustos,
Meus espantalhos,
Minhas mãos brancas e trêmulas de fantasma caído.
Escrevo banhado de noite escura.
A janela na minha frente é de vidro
E por ela entra uma sombra minguada de resto de lua.
O sono não vem e a noite avança as fibras tortuosas do meu silêncio.
E por ela entra uma sombra minguada de resto de lua.
O sono não vem e a noite avança as fibras tortuosas do meu silêncio.
Neste instante elaboro um plano de fuga.
Que me resgate das lembranças,
Dos amores,
Das felicidades,
E dos braços do abrigo que não me protege mais.
Que me resgate das lembranças,
Dos amores,
Das felicidades,
E dos braços do abrigo que não me protege mais.
Sou um esqueleto pálido abandonando correntes pelo caminho.
Sigo apagando à sopro acenos borrados.
E a única luz que vejo alerta aviões do perigo.
Sigo apagando à sopro acenos borrados.
E a única luz que vejo alerta aviões do perigo.
Estou tocado em um canto acústico de sala.
Já passa da meia-noite e as nuvens vestem cinza.
Perco a conta dos goles desta mesma bebida.
Identifico os olhos que me leem agora
E dentro deles encontro as sobras do que não confidenciamos a ninguém.
Já passa da meia-noite e as nuvens vestem cinza.
Perco a conta dos goles desta mesma bebida.
Identifico os olhos que me leem agora
E dentro deles encontro as sobras do que não confidenciamos a ninguém.
Estou aprendendo a ir embora,
A não dá adeus,
A nunca mais voltar.
A não dá adeus,
A nunca mais voltar.