A pele alva, Maria
Não leva sombra aos teus dentes brancos
O cabelo negro, Maria
Guarda muitas noites dentro dele
Maria, teu nome é uma oração
Que abranda os pecados da minha mão
Não tenho luz, Maria
Mas ela acende antes do teu nome sem melancolia
Se um dia escrever um poema alfa,
Um poema virgem,
Um poema santo,
Tem que levar o teu nome, Maria.
E o trovão que estronda nesta vida,
E a tempestade que rasga barcos frágeis,
Serão festins anunciando
O bálsamo do aceno das tuas duas mãos, Maria.
Teu olha, Maria, já é uma gentileza para estes dias
E o orvalho das tuas lágrimas tornam os homens menos ruins.
E no mundo que te cerca os sorrisos da tua fé
Mantêm os mais feridos de pé.
Maria, teu nome é mais belo que qualquer poesia.
E o redemoinho que faz o teu vestido girar
Trazendo a poeira alegre que brinca no vento
Mostra no sempre que nada vale teu descontentamento.
Ah Maria, sou poeta triste,
Mas nestes versos descalços encontrei alegria
Para soletrar entre tantas nebulosas
A saudação que é o teu nome: M-A-R-I-A.