Seu céu é uma das graças que habitam
meu dedo sujo de tinta azul.
Sei que de olhos fechados quase se pode
ver,
Mas, o nunca mais...
Nunca mais a vi de novo.
Quantas sentenças ainda aguardaremos
sentados nessa mesma estação?
O vento que passa não nos vê.
O invisível é um trago de luz na
escuridão de tantas faíscas acesas.
Chego mais perto, mas o encontro seguiu
sem mim.
Passeio nas mesmas ruas, nos mesmos
parques, nos mesmos bares.
Tudo que aqui passou não ficou.
As coisas envelhecem e somem como
hálito de chuvas de verão.
São horas que o relógio estafa e para os
ponteiros puxando fôlego.
E os dedos de epiderme endurecida tateiam
a nebulosa da lembrança.
É a busca da chave engolida pelo dragão
do volta não.
É a segurança do nunca mais em suas
gavetas sem fechaduras,
Impelindo a vida a seguir em frente sem
olhar atrás.