Desculpe,
mas sinto.
E
sentir nos deixa assim
Frágil,
Em
cacos,
Em
partes,
Distante
como ave manca do céu.
A
conclusão da vida é curta.
Bebemos
escuridão quando o sol vai embora.
De
joelhos enchemos de calos nossa alma estafada.
Não
podemos com tanto peso
E
a coluna enverga em noites como esta
De
lábios secos,
Voz
engasgada,
E
olhar em desencontro perpétuo.
Tem
alegria guardada na fotografia.
Imagem
paralisada e morta nos braços mofados do tempo.
Não
entendo o que me move neste vale de luzes apagadas.
Você
não estar mais aqui.
Saiu
de casa.
Saiu
de mim.
Saiu
de nós.
Talvez ainda caiba num refrão negro de um blues,
Numa
corda partida de guitarra,
No
cesto que engole poemas abortados de poetas tristes.
A
conclusão da vida é curta.
É
preciso saber dizer adeus.
É
preciso se manter de malas prontas.