Tem
dias em que não quero olhar pela janela.
Me
sinto silêncio.
Um
leão da montanha passeando em círculos.
Solitário,
Esquecido,
Livre
como cântico de cigarra
Que
não importa a morte chegando nos braços do inverno.
Não
adianta o quanto regas a vida.
Pois
a vida te deixará sem jardim.
E
sem flores,
E
sem musgos,
E
sem o vale fértil que acreditavas que era teu
Te
encontrarás contigo
Numa
poltrona com pouca luz
E
a certeza fulminante que a ti somente sobrará tu.
Tudo
que amamos são estrelas.
Dessas
cadentes com tempo certo para apagar no espaço.
Se
queres amar sem sofrer
Ama
com os olhos de adeus.
E
nunca,
Nunca
mesmo
Espere
do amor um socorro
Para
os dias em que tua tão cansada vontade
Pede
para não mais olhar pela janela.