Velho
marinheiro de olhos na janela.
Acenando
com vista de neblina
Um
vento de vela de chama frágil.
A
luz que cai é noite.
O
som que chega é sereno.
O
amor que foi não volta mais.
Um
velho pálido sorrindo mudo da janela.
Acompanhando
com gestos lentos as estampas dos vestidos.
A
maquiagem urbana avisa que tem coquetel no bar.
Ruas
de paralelepípedos dizendo siga.
Poste
da esquina apagado.
Flores
de plástico no jardim do que é eterno.
Um
velho guardado dentro de si.
Cabelos
longos escorregando todas as cores nos ombros.
Esquelético,
esquálido, feliz.
Bebendo
doses de lua.
Mágico
como a espera do que nunca vem.
Puro
como o zumbir de mosquitos trazendo o inverno nas asas.
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