Pássaro Unitário

Pássaro Unitário

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Quartos


 
Luz imóvel.

Quatro tapumes alvos
Um quadro em tela metamorfósica
Não falta o arrepio do frio nem a nota única do silêncio
Uma lágrima contando lamentos a um canto
Um sorriso escrevendo o que não foi
O espelho é as roupas amassadas largadas sobre o chão de escuridão
O hálito é o orvalho mesclado de framboesas etílicas

Nem falta o batom astral
Umedecendo de nebulosas a libido do astro e da estrela

Corpo em queda livre entre lençóis da madrugada
Sono trovejando dissoluto entre paredes deformadas

Talvez um anjo caído flutue seu cigarro sobre o teto
Ou mesmo uma melodia solitária mendigue seu abrigo surdo
O ar represado busca renovação entre as frestas da porta
O cenário encena calmaria nos olhos fechados
Mas é tempestade no furacão bravo do gritar do coração
O inefável abrigo do velho quarto de sempre
Afagando embriagado de incompreensão

A cabeleira despenteada de todos os estragos do excesso.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Sozinho

A solidão
tira as vestes
na sintonia
do flautim
de suavidades.

A solidão

é a luz do luar
buscando abrigo
na sala de estar
prateando a única poltrona
de um vazio lugar.