Pássaro Unitário

Pássaro Unitário

quinta-feira, 1 de março de 2012

Balada sem Eco

As águas turvas no olhar
O amargo pálido no batom gasto
Diziam não ter nome certo
Diziam não ter leito certo

Estava sempre no Central-Bar falando alto

Com aqueles vestidinhos deprimidos
Com aquelas unhas rabiscadas a esmalte de cor

Ninguém sabia falar dela
Tinha algo de flor
Talvez a melancolia de conduzir espinhos
Talvez a angústia do mesmo perfume

Cantava melodias de um céu opaco
Dançava em silêncio como quem se faz distante

Era só
Como o uivo do silêncio em alto mar
E estava lá
Arfando nos excessos de um porre
Chamando por nomes estranhos
Rogando por nomes distantes
Que nunca
Nunca a ouviram

Certamente.

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