Pássaro Unitário

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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Final Feliz




Pela rachadura da parede ouve-se o som do final feliz
É um zumbido de inseto erguendo as asas quebradas
É um sino do bom fim batendo o sabre de aço para mim

O final feliz é sempre um espanto
aguardando as dores
em sua cadeira de balanço
equilibrada na linha quase intocável do horizonte.

Passa o tempo a enviar cartas autografadas ao desespero
iludindo a fronte cabisbaixa dos derrotados
que aprenderam a montar sua felicidade
no ponto último do seu viver.

A alegria no fim não parece tão boa assim.
O fim é a porta derradeira de todos os lamentos e aventuras
O fim é o silêncio dobrado do nada envolto da mais completa ausência

O final feliz é sempre cometa
que não dar tempo de contar seu tempo
carregado da velocidade de todos os flashes
que vem a se perceber quando a vista não o alcança mais.

Segue os séculos flexionando o cão do gatilho terminal
assoreando de flores cada esquife
que aporta nu na porta da estação da luz
ofuscando de claridade a escuridão dos mesmos olhos.

Sim!
Definitivamente
Sim!


O final feliz é infeliz por ser fim.

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