Pássaro Unitário

Pássaro Unitário

terça-feira, 6 de maio de 2014

Para o dia em que a terra tremer

Saque a arma!
(talvez tenha gritado).
E se gritou pediu para morrer.
Morrer?
Mas, o que é morrer?

Abriu o livro na página citada.
Encontrou conselhos, revelações e a linha do futuro.
Tem poetas que dizem que não vale a pena.
Outros que a pena vale a vida que leva.

Se o poeta não tem resposta a pergunta é a única solução.
Mas o filósofo sentou sobre os musgos
E contou que tudo tem o seu dia de nada,
Que o refaz em um tudo bem maior.

A vida segue os passos que a vida dá.
Com notas musicais azuis bem leves e suaves como um suavemente.
E a vida vai trafegando pedindo o que quer, mesmo se não queremos,
E queremos o que não temos para não querer o que temos.

Mas e a morte?
Esse silêncio magnífico!
Essa sombra que aponta a luz!
Esse medo que satisfaz o homem não tocado!

O poeta solitário diria que ela apaga o caos.
Mas seria a vida a causa de toda a dor.
E a dor,
Como fugir da própria fuga carregando o que somos?

Bem, nem sempre o pedido é um desejo
E quando a mão se estende roga forçada pela consequência.
Se a vida não é, ela continua sendo.
Por enquanto a morte é a negação,
Mas a negação que o sim dentro de nós corre ao encontro profundo

O medo é ocidental.
(Diria o pensador isolado no deserto).
E o ocidente se faz de túnicas grandiosas,
De guerras e generais.
De terras, territórios e terremotos em vitrines.

O que nos afeiçoa nos prende.
Presos só podemos falar de liberdade.
Esse cão pulguento que as prisões execram com todo horror.

Mas, a pergunta segue: O que é morrer?
Não sei!
E não saber é mágico.
É jardim para as possibilidades.
É tela da cor do ponto de vista.
Assim podemos decorar de pavor ou de ânimo a curva e o seu perigo.

Nenhum comentário: