Pássaro Unitário

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terça-feira, 6 de maio de 2014

O pó das manhãs de sol

O passado é agora depois que te escrevo.
Os ratos passeiam pelos lençóis brancos.
Não me agradeça pelo sorriso que não é meu.
Tenho todos os motivos e mais um
Para ser a felicidade que teu sol esqueceu de brilhar.
Mas tudo é belo e tudo e nada se completam.

Não te levo flores.
Minhas mãos tremem ao colher de perfumes.
Te levo a correnteza que arrasta sonhos.
Te levo a razão de toda interrogação.

Olhe para mim.
Não tenho céu, moedas, nem paraíso.
Sou igual a sombra que não te abandona.
Ainda é cedo para o fim
e sempre parece tarde para o início.
Como cheira bem o pó das manhãs de sol.

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