Fito
cargueiros aromatizados de ferrugem engolidos pela linha tênue do
horizonte.
Meu olhar se perde entre nuvens carregadas.
Meu olhar se perde entre nuvens carregadas.
Trago
comigo muitas vidas.
A que tenho.
A que desejo ter.
A que me mastiga.
A que me cospe.
A que é e a que podia ser.
No
cais tudo parece metal.
E o mar alivia o peso dos estivadores
E a dor escondida na maquiagem das meninas.
E o mar alivia o peso dos estivadores
E a dor escondida na maquiagem das meninas.
No
porto aportam saudades e fugas.
A poesia que flui é metálica
E bebe maresia num bar de afogados.
A poesia que flui é metálica
E bebe maresia num bar de afogados.
Meus
olhos partem neblinando nos cargueiros.
Sou cego e por isso canto.
Sou cego e por isso canto.
Canto para a sereia de cabelos alvos.
Aquela que me levará em seus braços longos.
Quando a vida toda for uma coisa só.
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