Não
volte mais.
Fique
na distância.
Na
linha que ultrapassa o horizonte.
Para
sobreviver em tantas luas preciso te idealizar.
Jogar
cartas pela janela do carro.
Esperar
que a rebeldia do vento um dia te entregue em mãos.
Olhar
tua foto, teu olhar parado, teu cabelo em curvas
E
entre um drinque e outro me enganar que existe céu.
Poderei
seguir no frio, subir geleiras, caminhar na noite que desaba em
prantos.
Alcançarei
a fé de mãos postas, o altar dos desvalidos, o dia que não vai
nascer.
Saberei
colher ferrugem como o jardineiro estala pétalas de flores de bem me
quer.
Serei
o triste, o melancólico, a depressão e você a fuga do suicídio
que me assola.
Não
volte hoje.
Não
volte nunca mais.
Fique
como estrela que vejo e não sei tocar.
Permaneça
tão longe que a distância nos una.
Como
o primeiro tocar de lábios distraídos.
Como
o ar soprando nossos cabelos longos naquelas ruas anoitecidas.
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