A
culpa é do ruído do mundo.
Esse
cão que ladra mostrando dentes assassinos.
Entendo
que a busca é pela salvação.
A
salvação do dia que descortina a noite.
A
salvação do pão duro mastigado a cada sol.
A
salvação de uma dor que insistes em chamar de amor.
A
culpa é do barulho replicante que vem do trânsito lá fora.
Essa
contramão que acidenta corpos desnutridos nas calçadas.
Entendo
o sino que louva uma vida de perdão.
Perdão
pelo que não faço,
Pelo
faço,
Pelo
que já fiz.
Perdão
pela falta, pela demasia, pela hipocrisia.
Perdão
pela ofensa, pela virtude, pela delinquência.
A
culpa são dos tambores que a mão amassa em estrondos profundos.
A
culpa é humana, abjeta, infernal como toda a humanidade.
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