Pássaro Unitário

Pássaro Unitário

domingo, 20 de novembro de 2016

Meu bem



Longe, longe, longe.
Quase ao lado do infinito.
Onde os dedos do vento se escondem.
Próximo do adeus,
Do nunca mais,
Do para sempre.

É veleiro ancorado ao mar de horizontes.
É estrela guardando a última luz da noite.
E este meu cigarro que não apaga.
E este meu vinho que não mais embriaga.

Somam-se as hora e o tempo é curto.
A lembrança é um trovão esfarelando meus cometas.

Sigo, sigo, sigo.
Talvez teus olhos negros,
Teus lábios quase sempre sem batom.
Tua canção dedilhando sombras na janela.

Sou o que fica.
Este viaduto ligando aqui ao acolá.
Frio,
Concreto,
Estático.
Assombrado pelo movimento que não pode tocar.

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