Este
piano lento que toca agora me traz a tua timidez.
Mãos
no rosto deixando escapar um sorriso de dia nublado.
Tudo
no tato da tua epiderme deslizando dentro de mim.
Lábios
massageando palavras levadas na brisa entre dedos.
E
você levanta,
Desenha
planos no ar fresco desta manhã,
Transporta
o infinito,
Arruma
o lugar para cada coisa,
Recria
nuvens quebradas em terremotos de delicadeza.
Ah,
seu vestido...
Seu
vestido serena a simplicidade de um verso pobre.
Desses
de urgência inatingível pelo amor que não se pode ter,
Desses
de amparo ao veleiro perdido em noites de ondas gigantescas.
E
você volta,
Acena
do outro lado,
Envia
lágrimas em crepom,
Diz
que permanece,
Fala
suave sem assombrar plumas.
(Ah,
estou aqui novamente...).
E
este piano lento que toca tão perto me devolve a tua timidez.
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