Pássaro Unitário

Pássaro Unitário

domingo, 8 de março de 2015

Agasalho

Nos teus cabelos sobrevoam terremotos.
Sou eu esse vento que desalinha a linha comprida do caos.
E quando fores embora estarás voltando.
É a curva do encontro que enamora o desencontro.
Mas, o que ficou é uma janela aberta, escancarada
a admirar o futuro que ampara as saudades do foi.


O jeans,
O violão,
A corda partida que desafina a voz do bardo.


Desafinar não é preciso,
e o que é preciso não é arte.

Volte logo,
mas não tão logo que é preciso.


Volte depois de todas as voltas,
quando a lua surgir,
a neblina cair,
e não houver mais flores para distribuir.


Nos teus olhos tremem retinas em telas turvas.
Sou essa epiderme que desliza o sono seco de sonhos.
E quando fores ao espelho acariciar o vidro pedrado da tua imagem
eu estarei mais perto da lembrança que cai no assoalho
sapateado pelos teus pés
em círculos de volta e meia .


Todo amor é um dia de sol agasalhado no frio que a chuva trás.

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