Pássaro Unitário

Pássaro Unitário

terça-feira, 12 de março de 2013

Planeta Vagão



A voracidade da sobrevivência.
Cão sem dono mascando concreto armado.
Vida desvivida nos sonhos apodrecidos.
O tempo bebendo a gente em doses homeopáticas.
O sorriso lagrimejando o que passou.
A lágrima cantando a esperança do que virá.
O presente embrulhado no beco sem saída do que tem que ser feito.

Quantos santos dentro de nós ainda mataremos?
Quantas vidas nossas serão apedrejadas no muro das vaidades?

Ouço o som desafinado do violino do anjo caído.
Desminto a certeza com toda a certeza.
Hora...
Nada vale a pena se a alma não for pequena.
A grandeza é o sobretudo dos fracos.
O único servo que precisamos é o servo de nós mesmos.
Apague a luz.
Vá dormir.

Entre a ilusão e a realidade escarro as duas.
Seus pregadores não merecem confiança.
E o gemido do agora ou o vilão com lança que aguarda na outra esquina
Vem da necessidade desnecessária de uma vida que conduz a morte.
Plante seu amém na estrela mais distante.
Distante do que te ensinaram neste planeta vagão.
Planeta vagão das sombras de cada um de nós.

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