Saio de
mim por entre tantos eus.
Tenho
duas moedas e o sol sobre os cabelos.
Sozinho
sinto a verdade teimando ser mais solitária.
Canto
canções e imito poesias.
Trago
flores e finjo poeta.
Minha dor
exponho entre tragos de outras bebidas.
Sou mais
derrota do que vitória.
Por isso
tenho esta força que levanta sóis em meio a tempestades.
Ouço sua
voz e o hino é de sereno amanhecendo madrugadas.
Gosto de
ver o seu sorriso dizendo alô a minha sombra.
Gosto de
andar no frio aquecendo sua ausência.
Bato na
sua janela quando a noite já é alta.
Ouço seu
silêncio de dormir acendendo micropontos de estrelas.
Sou esta
distância que não pode te tocar.
Sou este
abismo de sereia cantando para afogados.
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