Pássaro Unitário

Pássaro Unitário

terça-feira, 25 de junho de 2013

Depois que a Luz Apaga

Guarde o céu.
Apaguei o azul dos teus olhos
nos tragos de fumaça de tudo que é cinza.

Siga o sol.
Meus passos soletram o ritmo do blues
que a solidão cantarola cheia de tudo que é feliz.

Vou traficar analgésicos em ampolas de versos tristes.
Vou regar as flores na janela de cada frustração.

Seja horizonte.
Minha noite cobrindo o tênis gasto
pela vida abraçada no desgaste da sua borracha.

Abrigue-se.
A volta desenha nos riffs de tempestades
o perigo nebuloso espreitando a exigência da curva.

Não nego o sonho, a iluminação, nem a beleza.
Bebo todos os licores e canto com a mesma voz suas ressacas.

Guarde o céu.
Minha liberdade esqueceu seu nome e sobrenome.
Não levo mochilas e há sempre o que fazer depois que a luz apaga.

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