Esses
bancos de rodoviária
Cansados
de tanta partida...
Enfadados
de tanta chegada...
Entorpecidos
de cerveja, cafés,
E
da fumaça intragável de muitos cigarros.
Abraçados
na canção ruída dos motores desajustados,
No
ringir esforçado de freios desgastados,
No
perfume emborrachado de pneus queimados.
Seu
passeio chora no sorriso de quem chega.
Seu
passeio sorrir nas lágrimas de quem vai partir.
Por
vezes, um viajante se refugia ante a noite sem luz.
Por
vezes, somente a escuridão desce para serená-los.
Como
são sós os bancos de rodoviária.
Como
são melancólicos os bancos de rodoviária.
E
continuam lá...
Sem
a menor probabilidade de fuga.
Sem
o menor risco de suicídio ou delito qualquer.
Esses
bancos de rodoviária são amigos.
E
foram os únicos que compartilharam
A
falta de tudo
Quando
tudo partiu.
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