Pássaro Unitário

Pássaro Unitário

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Oh, João


Meu verso é meu presente
Quando à luz parecer ausente.
Arquivo as noites em claro,
As dores,
As febres...

Nos ombros suporto em sossego a escuridão
Para que a sombra do Bicho Papão
Não adentre sem cor o lar do teu sorriso.

Trago comigo o dente de leite esquecido.
Trago o choro sem gemido.
Trago cada ano imprimido.

Guardo na minha gaveta a vida que você viveu.
Rogo na minha oração a vida a ansiar tua mão.

Oh, João, aprenda, mas não se prenda.

O mundo não vale as moedas da tua virtude.
A ilusão é feita para quem ilude
E o bem é o fazer sentir bem.

O fácil tem face de bandido.
O perdão só toca o arrependido.
E a amizade é o ser amigo.

Oh, João, não esqueça, se aqueça.

Longe dos molambos do egoísmo.
Distante da covardia do cinismo.
Pertinho na lareira do iluminismo.

Ausente da ingratidão do falsário.
Perdido da traição do corsário.
Atento as duas mãos em frangalhos.

Oh, João, se atente...
E outra vez, neste mundo, tente.

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