Bebe
tua angústia na sombra silenciosa de um bar.
O mundo é cão e
o cão do mundo aguarda o teu lamento.
Por isso, fecha os olhos
e acende teu sol interno.
Não importa quantas nuvens vão
chover lá fora.
Não importa que o teu sonho se tornou cicuta
engarrafada.
Nem que não existam mais amores,
E que o teu
cachorro dócil e amigo esteja atropelado agora.
Tudo que
semeamos são cometas.
Caudas de pólen que o vento embriaga nos
lábios da brisa.
Traga um cigarro.
Queime um cigarro.
Bebe
teu desconsolo em pequenas doses.
Não procure ar na janela
Nem
versos de borboletas em campo minado.
Olha o teu terno.
Admira
a mancha de café no teu blusão.
O mundo é esse violino de
cordas oxidadas,
Partidas,
Desafinadas.
A felicidade é
torta.
A dor é reta.
Estamos no meio do termo entre o que
é e o que pode ser.
Entre o que somos e o que pensamos.
Entre
o concreto e a imagem.
Escreve teu blues
Um blues de nada a
perder.
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