Estamos
envelhecendo debaixo do sol de criptonita.
Lírios
alvos desidratam na lapela do meu blusão sem cor.
Jeans,
cabelos
longos
e
música rápida no rádio.
Mãos
coloridas,
Céu
de fim de mundo,
Malas
leves.
Quando
você preferiu ficar o relógio parou.
Restou
a falta do próximo passo.
A
esquina a ser dobrada.
Páginas
brancas voando do outro lado da avenida.
A
segurança te segura.
Te
mantém fixa,
Estática,
Apagando
raios de sonhos com colher de chá.
Estamos
evaporando no tempo.
A
matéria fecundada é bebida como areia na ampulheta.
Mandam-se
cartas sem respostas para o queria ser.
Os
bares cheios,
Os
copos cheios,
A
vida cheia.
Tudo
tão cheio sem nada completar.
Poderia
dizer eu te amor.
Mas
como é que se diz eu te amo?
Desaprendemos
amar.
E
a chuva,
As
ninfas,
Os
amores,
O
que poderia ser,
O
que desistiu de ser,
Parecem
tragar cânhamo
No
horizonte das esquinas que nos impedimos de dobrar.
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