Pássaro Unitário

Pássaro Unitário

terça-feira, 4 de abril de 2017

Só sei sorrir assim




Minha mão fria abre a porta do futuro.
Não enxergo aplauso e o sol nubla minha vista de nuvens.
Sinto-me só num quarto de cortinas fechadas.
Tem ópio no jarro de porcelana que adorna o corredor.
Dias chegam que o vento ameaça derrubar tudo.

O inesperado pede passagem como um trem em fuga.
Bebemos esquecimento em taças de cristais decoradas.

Você não me viu entrar,
Não me viu ficar,
Não me viu sair.

Sou este lado de escuridão sorrindo às poltronas vazias.
Não lembro onde esqueci a mim.

Em que mesa de bar?
Em que esquina vazia?
Em que lábio de menina?
Em que abraço de amigo?

Onde será que eu estou agora.

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